“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1:14)
Não sei se foi de manhã, se à tarde ou à noite. Não sei se Maria estava sentada, deitada ou em pé. Acho que ela nem percebeu que algo incrível estava acontecendo naquele momento. O universo inteiro estava em expectante observação, um dos três tronos celeste estava vazio, pela obra do Santo Espírito em um segundo o Senhor da gloria vai de Seu trono eterno ao ventre materno.
Como que em um enlace sagrado, incompreensível a mente humana, o gene Divino se une ao gene humano fundindo-se num só, formando uma só célula com 46 cromossomos. O zigoto Divino humano vai se dividindo rapidamente, multiplicando o número de células em quanto faz o percurso solitário até o útero. Cinco a sete dias depois o óvulo já estava plantado no útero, então a placenta e o cordão umbilical se formam, agora o sangue de Maria é o responsável pela sobrevivência do ser Divino humano que mesmo sem forma já existe em seu ventre.
Depois de uma semana a coluna vertebral, que se arcaria ao peso da cruz, já se formou e exatos vinte e cinco dias depois da concepção o coração, que seria partido pelos nossos pecados, começa a bater. Esse talvez seja o som que o céu nunca esquecerá: Tum...Tum...Tum... No silêncio do útero a ecoar. O coração que bateu no interior da humanidade hoje bate pela eternidade.
Depois de seis semanas no mistério da encarnação Jesus, já tem seus olhos humanos, os mesmos olhos que um dia liberariam lágrimas ao contemplar a miséria humana, olhos que seriam testemunhas de nossa crueldade e que hoje velam por nós. No final do terceiro mês, com 10 centímetros e pesando 28 gramas, o Filho de Deus, como O chamamos, já abre e fecha as mãos, as mesmas mãos que nós pregaríamos na cruz, as mesmas mãos que hoje estão estendidas ao pecador arrependido.
Com quatro meses de gestação, Maria já pode sentir os movimentos, é a divindade se movendo dentro da humanidade, será que Ele sabia onde estava? O que Ele sentiu? O que foi para o criador se tornar criatura? Que espantoso! Que assustador! Que mistério! Será que um dia entenderemos? Só ao sétimo mês o ultimo órgão se completa, Seu pulmão. O mesmo pulmão que também por ultimo seria perfurado pela lança romana, o mesmo pulmão que respirou nosso ar e que suspira por você. Já com 37 centímetros e pesando entre 900 e 1350 gramas, o corpo humano de Jesus já esta pronto para viver fora do ventre de Maria.
Depois de nove meses o universo se silencia, a natureza se alegra e os anjos se encantam com o choro de um bebê que ecoa pela estrebaria. Ele é perfeito! Sua pele é rosada, Seus braços e pernas se movem como que regendo Sua criação, Seus olhos se abrem e pela primeira vez vê Sua criação pelos olhos da humanidade. Seu corpo é tocado pelo ar da noite, Sua pele sente frio, José o envolve em um manto e lhe coloca no colo de Maria; cansado e faminto Jesus adormece enquanto mama. Maria e José não podem acreditar no que estão vendo, as palavras do anjo agora lhes é clara: “Ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)”. As lágrimas de gratidão rolaram pela face de Maria, e José ajoelhado adora Seu Senhor.
Querido amigo, alegre-se comigo nesse dia, foi por você que o “Verbo se fez carne”, foi por você e por mim que Jesus nasceu. A encarnação foi um mistério assim como é um mistério a conversão, não procure entende-la só se deixe ser usado como Maria deixou, e você se encantará com a nova criatura que você será.
Pr. Marcelo Tomaz


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