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Eu escolheria outros


“Depois, subiu ao monte e chamou os que Ele mesmo quis, e vieram para junto dEle. Então, designou doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar.” Mc.3:13-14

Eu me encanto com o método como Deus trabalha, Ele sempre nos surpreende. Jesus tinha um grande desafio, implantar o plano da salvação e para isso ele teria apenas 33 anos e meio para fazê-lo. Se eu tivesse uma obra tão grandiosa em minhas mãos eu não perderia nem um minuto, já sairia do ventre de Maria falando para José o que ele deveria fazer para facilitar meu trabalho e como Maria deveria me alimentar para que eu tivesse melhor saúde. Naquela mesma noite já pregaria para os pastores e começaria minha obra de cura na pequena cidade de Belém. Com certeza isso seria um grande impacto para a missão.

Só que lá vem Jesus com Seus métodos que fazem nossa sabedoria ficar atordoada.  Ele passa seus primeiros trinta anos de forma discreta e quase silenciosa para usar apenas os últimos três anos e meio de sua vida na terra para pregar o evangelho. Jesus passou mais tempo se preparando do que pregando, mais tempo conhecendo a Deus do que trabalhando para Ele. A sabedoria de Jesus nos diz que o sucesso de nossa missão não depende tanto de nosso trabalho no campo missionário, mas sim de nossa procura por Deus no altar da comunhão. Nunca podemos esquecer que nossa vitória contra o pecado, não está em lutarmos para Deus, e sim em estarmos lutando com Deus. 

Tudo bem, tudo bem, eu entendi a demora em agir, só que com tão pouco tempo para pregar eu buscaria ajuda dos melhores homens que eu conhecesse. Com meu poder mandaria os santos anjos vasculhar a terra e traria os melhores dos melhores. Os mais fiéis, os mais consagrados, os mais mansos, os mais desapegados, os mais fluentes na pregação e os mais influente socialmente e com recursos para promover a causa. Que equipe eu montaria! Eles seriam disciplinados e organizados. Eles seriam um sucesso!

Com certeza Jesus conhecia essa equipe que descrevi e Ele poderia muito bem montá-la, só que mais uma vez Jesus nos surpreende escolhendo entre tantos os que talvez nem uma comissão no mundo chamasse. Dê uma olhada nas figuras que Jesus escolheu (VV. 15-19): Simão, um rude pescador metido a “sabe tudo”. Tiago e João, o apelido deles diz tudo “filhos do trovão”, homens radicais e explosivos. Tomé, homem de pouca fé, mito racional e o que falar de Judas? Homem avarento, ganancioso que o trairia. Seja sincero, se você os conhecesse como Jesus os conhecia você os chamaria? Eu com certeza escolheria outros.

Essas escolhas aparentemente equivocadas têm algo para nos ensinar. Jesus não escolhe pessoas pelo que elas podem fazer por Ele. Jesus escolhe pessoas pelo que Ele pode fazer por meio delas e para elas. Nas mãos de Deus quanto mais frágil for o barro, mais belo será o vaso. Com a escolha desses homens Deus está nos dizendo que Ele pode trabalhar com qualquer um, até com você. 

Querido amigo, não sei como você se sente, mas eu tenho um constante  sentimento que Deus poderia ter escolhido alguém mais capacitado para a função de pastor, alguém mais sábio para ser pai de minhas filhas e alguém mais carinhoso para ser esposo de minha amada Déia. Só que ele me escolheu! Eu não me escolheria... E talvez se conhecesse você melhor também não te escolheria para ser meu discípulo e muito menos para ser líder em minha igreja. Mas Deus nos escolheu! O que faremos agora? Nada! Não temos que fazer nada além de permitir que Ele continue a fazer Sua obra em nós. Jesus não errou ao escolher a Pedro e com certeza Ele não errou ao nos escolher. O Senhor sabe todas as coisas, Ele transformou e usou a Pedro e não fará nada menos para conosco. 

Que nesse dia possamos nos alegrar pelo privilégio de sermos discípulos de Cristo, pela alegria de termos uma família e especialmente pela imerecida salvação. E que Jesus continue a nos surpreender com Seus métodos e Suas escolhas. 

Pr. Marcelo Tomaz

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