Web Rádio Maranatha

Às margens dos rios da Babilônia (20/01)


“Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião.” (Sal. 137:1)

No ano de 1983 meus pais e eu saímos de Itajaí e nos mudamos para um sitio na cidade de Presidente Getulio, um lugarzinho agradável, com belas paisagens e com muito trabalho a ser feito. Morávamos com uma família amiga de minha mãe, ainda me lembro bem da tia Lone, uma mulher grande com traços bem germânicos que fazia doces secos como ninguém, às vezes ela me chamava para tomar leite quente e comer alguns de seus doces.
 

Lembro de minha mãe trazendo o lanche da tarde para meu pai e para mim, que trabalhávamos em uma pequena roça de amendoim próximo de casa. Ali nós nos assentávamos e juntos lanchávamos a sombra de uma árvore. Esses são momentos que nunca esquecerei, acho que nunca estive tão próximo de meus pais quanto como naquele ano. 

Só que, infelizmente, uma das minhas lembranças mais doloridas se dá nesse período também. Todo mês meus pais tinham que deslocar-se para Itajaí, a fim de receber seu salário e ver os demais filhos, até ai tudo bem, porém não podia acompanhá-los, passava tão mau no velho fusca branco que parecia que iria morrer, então minha mãe me deixava aos cuidados da tia Lone.

A viagem de meus pais demorava em media três dias, e durantes esses dias, todo final de tarde, quando a noite estava para cair sobre mim despertando meus medos (afinal, um menino com onze anos de idade tendo que dormir em um sótão sozinho não era algo muito legal), eu assentava-me debaixo de uma laranjeira que ficava bem no alto de um morro e de lá contemplava a estrada lá em baixo, com lágrimas nos olhos, esperando ver o fusquinha branco subindo, trazendo minha mãe de volta. 

Eu sei o que é sentir saudades, posso entender o que Israel sentia quando “às margens dos rios de Babilônia” choravam, lembrando de Sião. Não era fácil para eles, estavam longe de casa, oprimidos por seus temores e incertezas, humilhados perante seus inimigos. Sabe querido amigo, a igreja na terra é como Israel “às margens dos rios de Babilônia”, é como aquele menino de onze anos assustado olhando para o horizonte com saudades dos pais. Você já não chorou querendo sair desse mundo? Você já se sentiu oprimido e desamparado? Você, assim como eu, sente que esse não é nosso lar? 

Eu quero falar nesse dia para todos os que como eu estão “às margens dos rios de Babilônia” com saudades do lar celestial, que contemplam o horizonte a cada por do sol na expectativa de ver não um fusquinha branco, mas uma pequena nuvem negra, subindo em nossa direção que se transformará em uma gigantesca nuvem de anjos, trazendo para seus filhos saudosos o Pai de amor. Querido amigo, não se preocupe, Jesus está voltando, muito em breve sairemos desse mundo de tristezas nos braços de nosso querido Jesus, e deixaremos para traz toda dor e saudade.  

Sabe qual foi à lição mais importante que aprendi assentado debaixo daquela laranjeira? Que a alegria do reencontro é maior do que a dor da saudade.  “Amém. Vem, Senhor Jesus!” (Ap. 22:20)

Pr. Marcelo Tomaz

Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...